Alzheimer: um guia para melhor compreender a doença

A doença de Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa que se caracteriza por uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas. Conheça o nosso guia para melhor compreender esta doença.
Alzheimer: um guia para melhor compreender a doença

O que é a Doença de Alzheimer?

A doença de Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa que se caracteriza por uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, nomeadamente a memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras funções mentais.

Esta deterioração tem como principais consequências alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas atividades quotidianas.

Desta forma, à medida que as células cerebrais vão sofrendo uma redução de tamanho e número, torna-se cada vez mais difícil a comunicação dentro do cérebro, o que se traduz numa incapacidade de recordar a informação.

Causas e Tipos da Doença de Alzheimer

A causa exata do Alzheimer continua desconhecida, no entanto, os estudos mais recentes sugerem que a doença pode ser causada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais, bem como de estilo de vida que afetam o cérebro ao longo do tempo. A causa pode variar de pessoa para pessoa e pode ser devida a um ou a vários fatores.

Atualmente são conhecidas duas tipologias diferentes da doença de Alzheimer:

Doença de Alzheimer Esporádica: afeta adultos de qualquer idade, no entanto, ocorre com uma maior prevalência após os 65 anos de idade. Esta é a forma mais comum da doença de Alzheimer e afeta pessoas que podem ter, ou não, antecedentes familiares da doença.

Doença de Alzheimer Familiar: é a forma menos comum, na qual a doença é transmitida de uma geração para a outra. Se um dos progenitores tem um gene mutado, cada filho terá 50% de probabilidade de herdá-lo. A presença do gene significa a possibilidade de a pessoa desenvolver a doença de Alzheimer, normalmente entre os 40 e 60 anos.

Fases da Doença de Alzheimer e principais sintomas

A doença de Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa, progressiva e, atualmente, irreversível. Neste sentido, mediante a personalidade da pessoa, bem como das áreas cerebrais afetadas, os sintomas podem variar e a doença progride a um ritmo diferente, podendo ser classificada em três fases:

Estágio Inicial: o início da doença raramente é percebido, já que a condição se desenvolve de forma gradual. Por norma, os primeiros sintomas de Alzheimer são:

  • Problemas de linguagem
  • Perda de memória – particularmente dos acontecimentos mais recentes
  • Esquecimento da hora ou do dia da semana
  • Desorientação em locais conhecidos
  • Dificuldade em tomar decisões
  • Desmotivação e inatividade
  • Mudanças de humor, depressão e ansiedade
  • Raiva incomum ou agressividade em determinados momentos
  • Perda de interesse por atividades de lazer

Estágio Intermédio: à medida que a doença de Alzheimer progride, as limitações vão ficando mais percetíveis e graves. Nesta fase, a pessoa com demência apresenta dificuldades nas atividades do dia a dia, nomeadamente:

  • Perda acentuada de memória – particularmente de eventos recentes e nomes de pessoas
  • Dificuldades na gestão de problemas da vida quotidiana
  • Incapacidade para cozinhar, limpar ou fazer compras
  • Dependência extrema da família e do cuidador
  • Necessita de ajuda para a higiene pessoal
  • Maiores dificuldades de linguagem e fala
  • Desorientação acentuada
  • Mudança de comportamento
  • Distúrbios do sono e alucinações


Estágio Avançado: esta é a fase mais próxima da total dependência e da inatividade. Por esta altura, os distúrbios de memória atingem o pico e o lado físico da doença torna-se mais evidente. A pessoa apresenta frequentemente:

  • Dificuldades na deglutição
  • Incapacidade para comunicar
  • Não reconhece familiares, amigos e pertences pessoais
  • Dificuldade em entender os acontecimentos à sua volta
  • Incapacidade de orientação
  • Dificuldades na marcha
  • Incontinência urinária e fecal
  • Comportamento inapropriado
  • Entre outros

11 Mitos e Verdades sobre a Doença de Alzheimer

Embora, nos últimos anos, tenhamos assistido a um aumento da informação sobre a doença de Alzheimer, esta é uma patologia que ainda gera muitas dúvidas. Desta forma, realizamos uma seleção dos principais mitos e verdades para que possa conhecer e compreender melhor o Alzheimer.

6 Mitos sobre a doença de Alzheimer

O primeiro sintoma da doença de Alzheimer é a perda da memória

MITO: Embora seja o sinal mais comum, nem sempre a perda de memória é o primeiro sintoma inicial da doença de Alzheimer. Existem casos de pacientes, em que os sintomas iniciais são dificuldades de linguagem, desorientação no tempo e no espaço, dificuldades de planeamento ou resolução de problemas, assim como alterações no padrão de comportamento e humor e até dificuldades visuais.

As pessoas com doença de Alzheimer “desligam-se” da realidade à sua volta

MITO: Apesar das dificuldades e dos sintomas apresentados, as pessoas mantêm-se conscientes da realidade à sua volta, principalmente nas fases iniciais da doença. É importante referir que, um paciente com Alzheimer continua a ser um adulto e, por isso, a família e respetivos cuidadores devem garantir o respeito pelo seu espaço e, em momento algum, devem infantilizar o paciente.

Os esquecimentos são sinónimo de Alzheimer

MITO: Todos os indivíduos, em algum momento das suas vidas, apresentam lapsos de memória. Estes podem estar relacionados com inúmeros fatores, nomeadamente o stress. Assim, é importante relembrar que a doença de Alzheimer atinge principalmente as memórias mais recentes, ou seja, as nossas recordações de situações mais antigas são, normalmente, preservadas.

No entanto, não devemos descurar os problemas recorrentes de memória, uma vez que estes podem ser sintomas de diferentes demências.

As demências são consequência do envelhecimento e são inevitáveis

MITO: O termo demência é utilizado para definir quadros clínicos que têm como característica principal a perda cognitiva progressiva. Assim, as demências não são consequência direta do envelhecimento, mas aparecem com o envelhecimento. Por outras palavras, apesar de comuns, as demências não fazem parte do envelhecimento normal saudável dos indivíduos.

O diagnóstico de Alzheimer é sinónimo de que a vida do paciente terminou

MITO: Uma vez que a doença não tem cura, receber o diagnóstico de Alzheimer pode ser claramente assustador. No entanto, não significa que a vida do paciente terminou naquele momento. Atualmente, e complementarmente à medicação, com um programa de estimulação cognitiva adequado, um doente de Alzheimer pode ter as suas capacidades cognitivas potenciadas durante o maior tempo possível.

A doença de Alzheimer atinge apenas idosos

MITO: A doença de Alzheimer de início precoce atinge pessoas com menos de 65 anos. É mais rara e é marcada por um declínio muito rápido das funções cognitivas.

5 Verdades sobre a Doença de Alzheimer

As mulheres têm maior probabilidade de desenvolver Alzheimer

VERDADE: De acordo com os estudos mais recentes, a doença de Alzheimer tem uma prevalência duas vezes superior nas mulheres. Não há uma causa específica, no entanto, os investigadores apontam como possibilidade o facto de as mulheres apresentarem maior longevidade do que os homens (e a idade é um dos principais fatores de risco para o aparecimento da doença de Alzheimer).

A prática de exercício físico é importante para as pessoas com Alzheimer

VERDADE: A prática de exercício físico é importante para que os indivíduos se mantenham saudáveis. No entanto, a literatura científica sugere que a prática de exercício físico ajuda a minimizar os sintomas da doença e a lentificar a progressão da mesma. Do mesmo modo, a atividade física pode contribuir para a prevenção do aparecimento da doença de Alzheimer.

As doenças cardiovasculares contribuem para o desenvolvimento do Alzheimer

VERDADE: A evidência científica demonstra que as doenças cardiovasculares podem aumentar o risco da doença de Alzheimer, mas também de outras demências, como a demência vascular.

É possível prevenir a doença de Alzheimer

VERDADE: Existem inúmeras atividades que, embora não impeçam o desenvolvimento da doença, contribuem para retardar o seu início e o aparecimento dos sintomas. Assim, ter uma alimentação saudável, praticar exercício físico, assim como realizar atividades cognitivas são bons exemplos de como podemos aumentar a nossa reserva cognitiva e adquirir estratégias para lidar com as perdas da doença.

A doença de Alzheimer não tem cura

VERDADE: Atualmente, ainda não existe uma cura conhecida para o Alzheimer. No entanto, existem diversos medicamentos e programas de estimulação e reabilitação cognitiva direcionados aos sintomas da doença.

Porquê optar por um programa de estimulação e reabilitação cognitiva?

A estimulação cognitiva, ou reabilitação cognitiva, é um tipo de intervenção destinada a manter ou potenciar o funcionamento cognitivo, bem como a autonomia do paciente com Alzheimer, contribuindo assim para a melhoria da sua qualidade de vida.

O Centro CEREBRO disponibiliza um programa clínico avançado, com um forte suporte técnico-científico, direcionado ao diagnóstico preciso, rápido e em tempo útil, assim como ao tratamento em todas as fases da doença de Alzheimer.
Desta forma, o programa de estimulação e reabilitação cognitiva do Centro CEREBRO oferece um plano especializado e detalhado de avaliação diagnóstica, de acordo com as práticas internacionais de última geração, que inclui as componentes adequadas a cada caso, nomeadamente Avaliação da Cognição, Motora e da Funcionalidade, assim como Avaliação Neuropsicológica tradicional e computorizada.

De referir ainda que, os pacientes onde se considere benéfica a implementação de terapias não-farmacológicas, poderão realizar um programa individual de treino cognitivo ou de estimulação cognitivo-motora, com base científica, que visa maximizar a cognição, assim como promover a funcionalidade e a qualidade de vida.

A nossa prioridade é garantir um acompanhamento único, completo e direcionado às necessidades específicas de cada paciente. Assim, o nosso programa de estimulação cognitiva na doença de Alzheimer destaca-se pelos seguintes benefícios:

  • Avaliação completa e detalhada e uma intervenção direcionada para as necessidades de cada caso clínico, estabelecendo-se objetivos e metas em conjunto com cada paciente
  • Abordagem clínica e intervenção alicerçada nos modelos mais recentes e que reúnem maior evidência clínica, produzindo assim resultados mais eficazes e duradouros
  • Combinação da experiência acumulada de vários anos de prática clínica dos nossos profissionais com as melhores tecnologias avançadas de reabilitação, nomeadamente sistemas avançados de treino cognitivo, estimulação cognitiva, e treino cognitivo-motor
  • Desaceleração das perdas funcionais e cognitivas pelo maior tempo possível
  • Melhoria dos sintomas físicos e/ou cognitivos relacionados com o quadro neurológico estático apresentado

Nota Final: A leitura deste artigo é meramente expositiva e não dispensa o seguimento e aconselhamento pelos nossos profissionais de saúde.

Imagem de Destaque: © Freepik

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