Cancro Neurológico: 3 estratégias para lidar com as alterações cognitivas

O diagnóstico de cancro neurológico surge acompanhado de efeitos devastadores. Saiba como mitigar o impacto das alterações cognitivas no cancro neurológico.
Cancro Neurológico: 3 estratégias para lidar com as alterações cognitivas

O diagnóstico de cancro neurológico surge acompanhado de efeitos devastadores para a saúde física e mental dos pacientes. A este poderão estar associados sintomas de índole cognitiva e emocional. Como tal, apresentamos em seguida três estratégias para mitigar o impacto das alterações cognitivas no cancro neurológico.

1 | Aprenda a aceitar e adapte-se à nova realidade

Após o diagnóstico de cancro neurológico, e à medida que o tratamento avança, é crucial que o paciente aprenda a aceitar a nova realidade e se adapte às mudanças de forma positiva e realista. Isto pode incluir aprender novas competências, encontrar novas formas de realizar as tarefas do quotidiano, e/ou alterar as suas expectativas em relação a si mesmo.

Lidar com as alterações físicas e cognitivas provocadas pelo cancro pode ser desafiador, mas existem várias estratégias eficazes que podem ajudar. A chave passa por encontrar as estratégias que funcionam para si, por exemplo:

Mantenha uma rede de suporte

Ter pessoas próximas – amigos, familiares – ou participar em grupos de apoio e terapia que possam oferecer apoio emocional e prático é crucial para amenizar a sintomatologia emocional que pode decorrer do cancro ou do respetivo tratamento.

Procure informações fidedignas

É importante que o paciente e os seus cuidadores tenham acesso a informações precisas e atualizadas sobre o seu tipo de cancro e respetivo tratamento, de maneira que possa de alguma forma prever ou precaver-se relativamente às alterações cognitivas e emocionais que dele possam decorrer. Para este fim, o paciente deve consultar profissionais de saúde devidamente treinados no tratamento e reabilitação do cancro neurológico.

Mantenha uma rotina

Manter uma rotina diária (atividades regulares, alimentação saudável, exercício e sono adequados) pode ajudar a manter a estabilidade emocional e física durante o tratamento do cancro. Antes de optar por qualquer atividade nova, consulte o seu profissional de saúde.

Comunique com a equipa de reabilitação

Mantenha uma boa comunicação com a equipa de reabilitação responsável pelo seu processo e partilhe as preocupações ou dúvidas que possa ter sobre o seu tratamento.

Autocuidado

Durante o tratamento do cancro neurológico é importante que cuide de si, tanto de um ponto de vista emocional como físico. Isto inclui descansar quando precisa, praticar atividades de relaxamento, comer alimentos nutritivos e evitar o stress excessivo.

2 | Escolha um programa de Neurorreabilitação com evidência científica

A neurorreabilitação é uma parte importante no tratamento das sequelas dos cancros que têm impacto neurológico, especialmente quando se trata de lidar com aspetos como dor, fraqueza muscular, fadiga e alterações cognitivas e emocionais. Neste sentido, a reabilitação neurológica pode ajudar a minimizar estas alterações e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Tradicionalmente, o processo de neurorreabilitação envolve uma abordagem multidisciplinar ao nível da fisioterapia neurológica, terapia psicológica (psicoterapia) e treino cognitivo. Os principais objetivos são ajudar o paciente a recuperar o máximo de suas capacidades físicas e cognitivas assim como ajudá-lo a adaptar-se a potenciais limitações fruto do cancro e respetivo tratamento.

Fisioterapia Neurológica

A fisioterapia assume um papel de destaque no processo de acompanhamento do paciente com cancro neurológico, desde que o mesmo se encontre estabilizado, e em particular na reabilitação pós-tratamento do cancro neurológico. Pode visar obter um ou mais dos seguintes benefícios para o paciente:  

  • – Aumentar a autoeficácia na gestão da doença
  • – Aumentar a funcionalidade e autonomia do indivíduo
  • – Amenizar a dor física ou nervosa
  • – Melhorar a tolerância ao exercício
  • – Potenciar a força, a flexibilidade e a coordenação motora
  • – Promover as atividades de vida diária de forma autónoma e independente
  • – Promover o controlo postural
  • – Promover o equilíbrio, as transferências e a marcha
  • – Recuperar parcialmente a funcionalidade motora comprometida
  • – Contribuir para a redução de ansiedade e depressão relacionadas com o impacto e sequelas do cancro neurológico

Terapia Psicológica (Psicoterapia)

Frequentemente, durante o processo de tratamento, o paciente com cancro neurológico tem de lidar com o medo, a ansiedade, a tristeza e a depressão. A terapia psicológica tem como objetivo ajudar a tratar e a minimizar os efeitos emocionais e psicológicos do cancro. Além disso, pode ajudar a gerir a dor e outros sintomas físicos e é essencial para ajudar os pacientes a enfrentar as mudanças na aparência e no corpo.

A psicoterapia também apresenta benefícios para os familiares e cuidadores, uma vez que dá orientação e suporte para lidar com a tensão e stress da responsabilidade de cuidar de um paciente com cancro. Além disso, pode ainda auxiliar os familiares e cuidadores a conhecer as suas próprias emoções – como o medo, tristeza e raiva – e a desenvolver estratégias eficazes para lidar com as mesmas.

Treino Cognitivo

O treino cognitivo é uma estratégia importante para a reabilitação do cancro neurológico, uma vez que muitos pacientes com este tipo de cancro podem sofrer dificuldades nos vários domínios da cognição, como por exemplo, na memória, na atenção, na concentração e/ou no processamento de informação. Estes sintomas são conhecidos por “chemo brain”, “névoa mental”, “chemo fog” ou défice cognitivo relacionado com o cancro. Quando surgem podem aparecer antes, durante ou depois da doença ser detetada e tanto podem estar associados à própria doença oncológica ou impacto do tumor no cérebro, ou ao necessário e indispensável processo de tratamento.

O treino cognitivo envolve uma série de exercícios desenhados para melhorar as capacidades cognitivas dos pacientes. Esses exercícios podem ser específicos para as áreas afetadas, como por exemplo a memória ou a atenção, ou podem ser desenvolvidos visando a melhoria do estado cognitivo geral.

O treino cognitivo pode ajudar os pacientes com cancro neurológico a melhorar as funções cognitivas, mas também a melhorar a sua qualidade de vida e a sua capacidade de realizar atividades do dia-a-dia, tais como, trabalhar, estudar ou cuidar de si mesmos. Também pode apoiar na redução dos sintomas de depressão e outros problemas de saúde mental associados às dificuldades funcionais acarretadas pelos sintomas cognitivos.

Apesar do supracitado, é importante referir que o treino cognitivo por si não é uma “cura milagrosa” para a sintomatologia cognitiva decorrente do cancro neurológico, mas sim uma via de tratamento que procura ajudar os pacientes a lidar e melhorar esses sintomas, a recuperar funcionalidade e a melhorar a sua qualidade de vida.

É importante que os pacientes com cancro neurológico discutam as opções de tratamento cognitivo com as equipas responsáveis pelo seu tratamento para determinar qual é a melhor abordagem para suas necessidades individuais.

3 | Dê primazia à estimulação mental e reabilitação neuropsicológica

De modo a avaliar e intervir nas eventuais sequelas cognitivas e comportamentais do cancro, o paciente deve recorrer a um neuropsicólogo com experiência comprovada em reabilitação neuropsicológica. Este profissional irá analisar as necessidades individuais do paciente e elaborar um plano de reabilitação neuropsicológica personalizado e adaptado aos domínios cognitivos mais afetados.

Tipicamente, os programas de reabilitação neuropsicológica assentam nos seguintes princípios e metodologias:

  • – Avaliação completa e detalhada e uma intervenção direcionada para as necessidades de cada caso clínico, estabelecendo-se objetivos e metas em conjunto com cada paciente
  • – Promoção da melhoria do conhecimento do paciente e familiares sobre alterações cognitivas e comportamentais no cancro e como lidar com as mesmas
  • – Abordagem clínica e intervenção alicerçada nos modelos mais recentes e que reúnem maior evidência clínica, produzindo assim resultados mais eficazes e duradouros
  • – Combinação da experiência clínica com as melhores tecnologias avançadas de reabilitação, nomeadamente sistemas avançados de treino cognitivo, estimulação cognitiva, e treino cognitivo-motor

Centro CEREBRO: estimulação e reabilitação de precisão no cancro neurológico

O Centro CEREBRO disponibiliza um programa clínico avançado, com um forte suporte técnico-científico, direcionado para a avaliação e reabilitação cognitiva e motora para pacientes que tenham sofrido cancro neurológico e outros (ex. cancro da mama).

Para além de incluir os aspetos cerebrais, cognitivos, comportamentais, emocionais, psicológicos e físicos, o programa de estimulação e reabilitação abrange os seguintes sintomas:

  • – Alterações de comportamento, motivação ou personalidade
  • – Depressão e ansiedade
  • – Dificuldades de atenção
  • – Dificuldades neurovisuais
  • – Disfagia e dificuldades de linguagem
  • – Dores de cabeça, insónias e sensibilidade à luz
  • – Espasticidade muscular
  • – Lentificação mental (bradifrenia)
  • – Mudanças de humor e frustração
  • – Problemas de equilíbrio e dificuldades de coordenação
  • – Problemas de memória
  • – Problemas em mexer braços, mãos, pernas ou pés

A prioridade é garantir um acompanhamento único, completo e direcionado às necessidades específicas de cada paciente. Assim, o programa de estimulação e reabilitação de precisão no cancro neurológico do Centro CEREBRO destaca-se pelos seguintes benefícios:

Tratamento personalizado

Os objetivos são definidos de acordo com as áreas afetadas e respetiva severidade

Ganhos de Autonomia

Promoção de independência nas atividades de vida diária e de autonomia funcional

Reabilitação e Estimulação

Reabilitação funcional das capacidades motoras, estimulação dos domínios cognitivos afetados e potenciação dos domínios cognitivos intactos

Melhoria Sistemática

Melhoria dos sintomas: físicos e/ou cognitivos relacionados com o quadro neurológico estático apresentado no início

Nota Final: A leitura deste artigo é meramente expositiva e não dispensa o seguimento e aconselhamento pelos nossos profissionais de saúde.

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